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Setembro Amarelo: Saúde Mental, Menopausa e o Poder da Maturidade Emocional

Você sabia que mais de 1 bilhão de pessoas vivem com transtornos mentais no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)? A cada 40 segundos, uma pessoa perde a vida por suicídio, o que faz do cuidado com a saúde mental uma urgência global.

No Brasil, o movimento Setembro Amarelo nos convida a refletir sobre a importância da prevenção, da empatia e da criação de espaços de acolhimento, onde cada pessoa se sinta ouvida e valorizada.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas vivem com transtornos mentais no mundo, sendo essa a segunda principal causa de incapacidade prolongada. Em 2021, cerca de 727 mil pessoas perderam a vida por suicídio. Apesar disso, o investimento em saúde mental representa apenas 2% do orçamento de saúde na maioria dos países (OMS, 2022).

Agora pense comigo: se esses números já são preocupantes no geral, imagine quando falamos da saúde mental da mulher na menopausa.

Saúde Mental e a Mulher Madura

Entre tantos desafios, a mulher madura enfrenta mudanças importantes, como a menopausa que impactam não apenas o corpo, mas também as emoções, os relacionamentos e a forma como se percebe diante da vida. Estudos mostram que as mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver depressão e ansiedade do que os homens, especialmente em fases de transição hormonal e emocional.

Por isso, olhar para a saúde mental feminina é também fortalecer famílias e sociedades inteiras.

O Papel da Mulher na Família e na Sociedade

A mulher ocupa um lugar único: é muitas vezes o pilar emocional dentro da família, aquela que sustenta, acolhe e educa. Mas esse papel, tão nobre, pode se tornar um fardo quando não existe equilíbrio entre cuidar de si e dos outros.

Segundo a OMS, as mulheres apresentam taxas mais altas de sofrimento emocional exatamente pelo acúmulo de funções e expectativas sociais. Por isso, cuidar da saúde emocional da mulher significa também proteger a saúde da família e da comunidade.

Uma mulher emocionalmente madura e saudável tem maior capacidade de:

  • Construir vínculos afetivos sólidos, transmitindo segurança aos filhos e parceiros.
  • Fortalecer redes de apoio, criando ambientes de empatia e resiliência.
  • Inspirar mudanças, trazendo o diálogo sobre saúde mental para dentro de casa, do trabalho e da sociedade.

Dados que não podemos ignorar:

  • Em 2025, cerca de 1,1 bilhão de mulheres estarão na menopausa (North American Menopause Society, 2023).
  • Mulheres na perimenopausa têm 40% mais risco de depressão em comparação com as no período pré-menopausa (Harvard Medical School, 2022).
  • Nos EUA, estima-se que até 70% das mulheres em menopausa apresentem alterações de humor, depressão ou ansiedade.

Cuidados essenciais para a saúde mental na menopausa

  • Exercício físico regular: melhora o humor, regula hormônios e fortalece o corpo.
  • Alimentação equilibrada: nutrientes como magnésio, ômega-3 e vitaminas do complexo B ajudam a equilibrar emoções.
  • Sono de qualidade: estabelecer rotina de descanso é fundamental para o equilíbrio mental.
  • Apoio terapêutico: conversar com profissionais especializados pode prevenir o agravamento de crises emocionais.
  • Comunidade e apoio social: mulheres que compartilham experiências juntas vivem a menopausa de forma mais saudável.

O Caminho da Maturidade Emocional

Trabalho há mais de 20 anos no desenvolvimento humano, e nos últimos anos tenho me dedicado a ajudar mulheres a viverem a menopausa plena. Ao longo dos anos, compreendi que autoconhecimento e maturidade emocional são os verdadeiros pilares para enfrentar as dores e desafios da vida com mais autocuidado, consciência e equilíbrio emocional.

Costumo dizer que a maturidade emocional é o escudo invisível da mulher. Ela não elimina os sintomas, mas dá resiliência para enfrentá-los.

 “A maturidade emocional não é sobre evitar a dor, mas sobre encontrar força para atravessá-la e transformá-la em sabedoria.”

Quando a mulher aprende a reconhecer e acolher suas emoções sem ser dominada por elas, ela fortalece a autoestima, mantém o propósito, ressignifica sua história e transforma a menopausa de um ‘fim’ em um novo começo.

Como psicoterapeuta, conselheira cristã, mentora de mulheres, educadora em maturidade emocional e criadora do método VEM – Você Emocionalmente Madura, já ajudei muitas mulheres a atravessarem fases difíceis com mais clareza, propósito e equilíbrio.

Com o meu trabalho tenho o previlágio de acompanhar diariamente mulheres que redescobrem sua força quando aprendem a:

  • Reconhecer suas emoções.
  • Estabelecer limites saudáveis.
  • Tomar decisões com clareza e princípios.
  • Comunicar-se de forma assertiva.

Quando a mulher desperta para essa jornada, ela não apenas se transforma, mas também inspira todos ao seu redor.

 

E para finalizar esse artigo peso que você reflita:

“Não podemos escolher as tempestades que chegam, mas podemos aprender a dançar na chuva.”

“A menopausa não é o fim, é o chamado para uma nova fase de autenticidade e poder.”

“Cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo; ambos caminham juntos para a plenitude.”

Se você leu até aqui, este é o meu convite: não caminhe sozinha. Busque apoio, compartilhe sua jornada e lembre-se: maturidade emocional é um processo, e cada passo conta.

  • E se você tiver disposta a mudar sua rotina atual eu te convido a vir fazer parte da imersão que iremos fazer dia 4 de outubro: Mulher em Revolução: a transformação começa em mim. Faça a sua inscrição agora pelo link abaixo e venha caminhar juntos com mulheres que decidiram viver e não somente existir.

Link de inscrição para a imersão: https://tinyurl.com/ms74vvvy

💛 Setembro Amarelo nos lembra que a vida tem valor e merece ser vivida com plenitude, mesmo nos momentos mais desafiadores. Durante o Setembro Amarelo e em todos os meses do ano, é fundamental falar, acolher e apoiar. Algumas atitudes simples podem salvar vidas:

  • Escutar sem julgar
  • Estender a mão antes da queda.
  • Incentivar a busca por ajuda profissional.
  • Valorizar os pequenos avanços de quem está em sofrimento.

E, acima de tudo, lembrar que ninguém precisa lutar sozinho.

Dra. Josie Oliveira
Terapeuta de Alto Impacto | Autora | Criadora do Método VEM

info.josieoliveira@gmail.com

 

COMO SUPERAR UM TRAUMA COM A AUTORREGULAÇÃO

No artigo anterior falamos sobre o trauma. É importante entender que a integração do trauma não se resume na questão de curar e seguir em frente. É necessária que os sobreviventes desenvolvam uma gestão cuidadosa da vida. O recomendado para um sobrevivente de um trauma é iniciar trabalhando a autorregulação, ou seja, regular a si mesmo.

O que é autorregulação?

A autorregulação pode ser definida como à competência que uma pessoa tem em monitorizar e avaliar os pensamentos, emoções, comportamentos e motivações. Essa habilidade promove a capacidade em planejar, organizar e executar os objetivos desejados como também em evitar os resultados indesejados.

Vamos imaginar que uma pessoa teve um dia muito estressante e está mais sensível, ela inicia uma conversa com seu cônjuge, ele fala algo que essa pessoa não aceita e ela fica irritada, desconfortável, como essa pessoa sabe que não teve um dia bom, ela identifica que foi afetada pelo comentário do outro, então ela decide não reagir de forma negativa naquele momento, e prefere dizer ao seu cônjuge que não está se sentindo muito bem e que seria melhor deixar essa conversa para um outro momento.

Quando a pessoa desenvolve a habilidade de autorregulação, ela responde à situação através da sua avaliação de seus recursos internos, ao invés de se deixar controlar pela influência de fatores externos ou ficar passiva aos acontecimentos a sua volta.

Com essa capacidade desenvolvida o individuo opera o comportamento cognitivo aprendido e melhora a sua interação em seus relacionamentos, conseguindo então, conviver melhor socialmente.

Podemos deixar definidas as três fases para a autorregulação, são elas:

Fase para preparação: Nessa fase se faz uma análise da situação e usar-se o aprendizado de situações anteriores para favorecer o individuo.

Fase da ação: Nessa fase a pessoa coloca em prática o comportamento mais adequado para a resposta da situação atual.

Fase de autorreflexão: Essa fase é muito importante, pois é a fase da valoração dos resultados alcançados.

Ao trabalhar na autorregulação, o individuo irá recuperar a sensação de controle interior e experimentará o estresse sem tentar fugir dele, desta forma o sobrevivente será beneficiado ativando uma resposta espontânea ao trauma e não a reposta da luta, fuga ou congelamento que, geralmente, foi provocado com a história traumática.

Existem diversos componentes da autorregulação que são relevantes, entre eles auto-eficácia, que é a confiança desenvolvida na própria capacidade para atingir metas definidas, como também o autoconhecimento, reconhecer a própria história, contribui em identificar forças e fraquezas, como qualidades e competências do indivíduo.

O controle interno proporciona ao indivíduo a capacidade de monitorizar os indicadores de resiliência físicos, como pressão arterial, hormônios do estresse, funções imunológicas, etc.

Como o evento traumático causa extrema angústia, medo e diversos sentimentos negativos duradouros, afetando o sistema parassimpático e nervoso, a autorregulação irá ajudar essa pessoa a reconectar-se ao corpo e recuperar a sensação de controle interior.

O princípio aqui é, recuperar  o acesso às memórias e respostas do corpo que foram congeladas pelo trauma, os sobreviventes precisam expandir seu controle sobre a resposta de estresse instintiva, ou seja, espontânea ao trauma.

No entanto, como mencionado anteriormente, isso precisa ser alcançado sem ativar uma resposta de desligamento como luta, fuga ou congelamento que, geralmente, é desencadeada pelas lembranças do evento traumático.

Em uma sessão terapêutica, o terapeuta pode encorajar o cliente a expandir os sintomas desconfortáveis, para que o sobrevivente experimente uma sensação de controle sobre eles. E essa técnica tem sido a mais utilizada para o (TEPT) Transtorno de Estresse Pós-Traumático com resultados surpreendentes.

Comente aqui o que você achou dessa série de artigos? Você já tinha conhecimento dessas informações?

E se você precisar de minha ajuda, terei o prazer em ajudá-lo, entre em contato.

 

Josie OLiveira, PhD

Info@josieoliveira.com

COMO O TRAUMA AFETA A SUA VIDA?

Nesse último ano eu tenho sido contactada por pessoas que lutam com as consequências do trauma. A maioria se sentindo perdida e às vezes até  desesperadas e prontas para fazer o que for preciso para obter ajuda.

Com essa experiência foi possível observar que a falta de boas informações sobre o trauma tem sido um dos maiores obstáculos para a maioria dos sobreviventes lidar com a situação traumática que viveram.

Quero deixar aqui nesse artigo alguns pontos que entendo ser de grande relevância para as pessoas entenderem melhor sobre o trauma.

O que é o trauma?

De acordo com a associação americana de psiquiatria o trauma é definido como:

A experiência pessoal de um acontecimento que envolve a morte ou ameaça de morte ou ferimento grave, ou ameaça à integridade física; ou testemunhar um acontecimento que envolve a morte, ferimento ou ameaça à integridade de outra pessoa; ou ter conhecimento de uma morte inesperada, ou violenta, ferimento grave ou ameaça de morte ou doença grave de um familiar, ou amigo próximo.

O trauma pode ser um evento único, um evento prolongado ou uma série de eventos. O trauma que afeta uma comunidade ou um país é chamado de trauma coletivo.

Com a vivência de uma experiência dolorosa, é formada uma memória traumática na pessoa. Essa situação irá transformar em uma  soma de emoções que foram registradas através das imagens, sons e todos os sentimentos vivenciados a partir da ocorrência do trauma.

O trauma é armazenado somaticamente. Suas consequências mais perturbadoras ocorrem nas redes sensoriais, no sistema nervoso e no nervo vago que conectam muitas partes do corpo, incluindo o cérebro e o intestino. Temos que envolver todos esses sistemas para chegar à raiz do trauma.

O trauma coloca os sobreviventes em alerta máximo constante, uma resposta de sobrevivência útil para proteger contra traumas adicionais. Mas essa sensação de alerta também bloqueia o acesso às raízes profundas do trauma no corpo.

As memórias traumáticas residem como experiências congeladas. Eles tiram a espontaneidade, um dos recursos mais importantes para os sobreviventes seguirem em frente.

O trauma é complexo em seus impactos, portanto, o tratamento também precisa ser complexo. De forma gradual, precisamos fortalecer vários aspectos do bem-estar de um sobrevivente, entre eles: emocional, físico, cognitivo, espiritual e social.

O recomendado para um sobrevivente de um trauma é iniciar trabalhando a autorregulação, ou seja, regular a si mesmo.

E para que esse texto não fique muito extenso, falarei sobre a autorregulação no próximo artigo.

Se você está vivendo os sintomas traumáticos, peça ajuda, não queira “dar uma de supermulher ou super-homem” e tentar superar sozinho. As memórias traumáticas não irão embora sozinhas e sempre aparecerão consequências futuras, caso não sejam resolvidas.

 Será um privilégio te ajuda nessa caminhada! Entre em contato.

 

Dra. Josie Oliveira

Info@josieoliveira.com